MEIA-NOITE
Lembro logo da tia do Rio.
O Rio da Cinelândia. O Rio do Cristo. O Rio da realidade da tia.
Jardim América! Só rio. Rio!
A tia da muganga. Irmã da divina tia. A tia do Rio de Olinda. Doce rio.
A do Sul sempre falou: a partir da meia-noite, as almas vagam.
A tia do Norte, nada divagou.
Doces tias, boas almas, amparadas e forjadas no carnaval.
Sobrinho, para o sucesso não precisa de muito. Suba e desça as ladeiras, ande, perambule.
Nem só de almas se vive nesse mundo. Faz como o calunga, que caladinho percorre e conquista à meia-noite.
Por Edmundo Monte, em 11/02/2024